O final de ano e a renegociação de dívidas

Por Roseli Garcia*

Dando continuidade ao artigo anterior, neste texto prosseguirei com algumas dicas e diretrizes importantes para o empresariado – em especial das pequenas e médias empresas – ter um final de ano com ainda mais sucesso em seus negócios. Desta vez, abordarei uma questão decisiva, mas com a qual muitas empresas não sabem lidar: a renegociação de dívidas.

Como sabemos, o final do mês de novembro é marcado pelo recebimento da primeira parcela do 13º salário. Enquanto alguns consumidores enxergam-no como um dinheiro extra para gastos, outros consideram-no um recurso especialmente destinado ao pagamento de débitos. De acordo com levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), parceira da Boa Vista, 28,9% dos consumidores declaram usar o 13º em 2011 para quitar dívidas, enquanto 17,8% afirmaram usá-lo para comprar presentes. Veja só o tamanho das oportunidades!

Diante desse cenário, as empresas devem se preparar para receber os consumidores em seu estabelecimento não só para comprar, mas também para renegociar débitos em aberto. Afinal, boa parte dos fregueses precisa estar com o nome limpo nesse período para realizar compras que requerem uso de crediário ou até mesmo conceder cheques pré-datados.

Com isso, vamos falar brevemente sobre renegociação de dívidas, cuja palavra-chave é flexibilidade. Renegociar é bom para a empresa, que revê o valor de seu negócio, e para o consumidor, que volta a ficar com o nome livre de restrições. No entanto, ainda assim muitas empresas confundem renegociação com cobrança, e esse posicionamento deve ser revisto com urgência para que a ação não intimide o consumidor e seja proveitosa para ambas as partes.

Assim como cada consumidor apresenta uma situação diferente que fez com que ele ficasse com o débito em aberto, assim ele deve ser visto no momento da renegociação: cada caso é um caso, e ele deve ser discutido diretamente entre credor e devedor, sem intermediários. Como sempre costumo dizer, um negócio somente é bom quando é bom para os dois lados. Sendo assim, coloque-se à disposição do consumidor, ouça-o, verifique suas possibilidades de renegociação e, ao mesmo tempo, veja qual critério possibilita que elas sejam vantajosas também para você.

Nessa época do ano, diversas são as empresas abertas a renegociações diretas com o consumidor. Mutirões desse tipo são realizados em várias cidades do país, inclusive em São Paulo. Desse modo, meu conselho final é: seja proativo não só para vender, mas também para renegociar com seu consumidor. Vender é sinônimo de dinheiro no caixa, e renegociar, também. Valorize essa possibilidade e disponha-a ao consumidor.

* Roseli Garcia é diretora de redes e operações da Boa Vista Serviços/SCPC

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