Redobre a atenção ao receber cheques

Por Roseli Garcia*

O último trimestre do ano mal deu o ar da graça, mas vários estabelecimentos já estão com a sua decoração natalina. Isso é uma clara demonstração de que, para muitos empreendimentos, o fim do ano já chegou. Nos meus próximos artigos, vou comentar algumas medidas que o empresariado – em especial das pequenas e médias empresas – deve tomar para colher bons e promissores frutos de seus negócios nessa reta final de 2011.

Nesse artigo, serei um pouco mais específica e falarei de um velho conhecido tanto do empresariado quanto do consumidor que, embora tenha tido sua morte decretada há vários anos, continua sendo largamente usado: o bom e velho cheque.

De acordo com dados recentes da Boa Vista, empresa que administra o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), o número de cheques devolvidos em relação aos documentos compensados caiu de 1,88% em agosto de 2011 para 1,82% em wp_embro. Apesar da redução, o percentual em wp_embro de 2011 é bem superior ao apresentado em wp_embro de 2010, que era de 1,59%.

Ainda sobre o mesmo indicador, em comparação a wp_embro de 2010, foi observado um aumento de 3,4% no total de cheques devolvidos e uma diminuição de 9,7% nos cheques compensados. Traduzindo para o nosso dia a dia, esses números mostram que o uso do cheque não só continua a todo vapor, mas também que os cuidados com o seu recebimento ainda precisam ter um olhar diferenciado.

E como o empreendedor deve se posicionar diante desse cenário? Primeiro, é importante ressaltar que, antes de se preocupar com o fato de o cheque ter fundos ou não, é fundamental verificar se é o caso de um documento fraudado. Com o avanço da tecnologia, algumas impressões são perfeitas, e é preciso olhar para a folha emitida realizando uma crítica em cada campo. Peça um documento, compare o nome com o do portador do cheque e, ainda, veja se a grafia do preenchimento corresponde à da assinatura. Em qualquer situação, não hesite: sempre recorra à consulta em um banco de dados de crédito para verificar se o emissor tem históricos de cheques devolvidos ou de registros de dívidas.

Outro fator que sempre é prudente ser levado em consideração é a data de depósito e a quantidade de parcelamentos. Tenha especial atenção ao cliente que insiste em dar entrada via cheque num prazo superior a 30 dias e dividir o pagamento em diversas parcelas, especialmente se o produto, serviço ou mercadoria tiver valor alto. Por mais que o emitente pareça ter a melhor das intenções, no caso de qualquer dúvida, é recomendável se aprofundar na pesquisa sobre ele.

Embora muitos especialistas tenham decretado a morte dos talões de cheque, eles continuarão a ser largamente utilizados. Por mais que os cartões de crédito sejam cada vez mais usados, sempre existe o cliente que simplesmente não se adaptou ao plástico. Posto isso, a dica final é: receba sim o cheque. Mas ponha critérios em seu recebimento e conte com os serviços de proteção ao crédito.

* Roseli Garcia é diretora de redes e operações da Boa Vista Serviços/SCPC

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